quarta-feira, 15 de julho de 2020

Corset e Pós Parto



Posso usar corset logo após o parto!?
Jamais!!
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O corset é confeccionado sob medida e não deve ser usado em hipótese alguma após o parto. Ele não funciona como cinta pós parto e pode detonar o assoalho pélvico se usado após o parto.
O recomendado é aguardar o bebê nascer e aguardar a recuperação de acordo com o tipo de parto. Até porque se tratando de uma peça sob medida e da modificação corporal imprevisível após uma gestação, se encomenda antes, a peça pode simplesmente não servir quando chegar a hora de usar.
Vou te passar algumas informações:
Parto normal sem complicações, sem kristeller e sem episitomia: Parto é fisiológico.
Após quarentena com liberação médica para fazer qualquer coisa mesmo. Demais: à ver com o médico.
Manobra de Kristeller pode trincar ou quebrar costelas, ou lesionar orgão internos, Nesse caso é preciso investigar depois se houve algum dano interno. A manobra de kristeller implica em empurrar a barriga no fundo do útero para aumentar a pressão e ajudar o bebê a sair mais rápido. Ela é completamente prejudicial, não apresenta benefícios, é proscrita e não recomendada pela Organização Mundial de Saúde e todas as organizações de saúde atualizadas e baseadas em evidências científicas e consiste em violência obstétrica. Se houver dano causado pela manobra a recuperação é variada de acordo com o tipo de dano e gravidade.
Episiotomia também precisa cicatrizar e assim como qualquer corte de cirurgia, pode levar 12 meses ou mais.  A episiotomia consiste em cortar a pele e músculos entre a vagina e o ânus ( períneo) para ampliar o canal de parto. É comprovadamente prejudicial e não apresenta nenhum benefício e assim como a manobra de Kristeller também consiste violência obstétrica, principalmente se feita sem permissão da parturiente.  Infelizmente no Brasil ambos são feitos por protocolo em muitos hospitais, porém a parturiente pode se negar aos procedimentos e inclusive se forem feitos contra a sua vontade, denunciar e entrar com processo judicial.
A pressão do corset bem ajustado empurra o perínio para baixo. Se estiver cortado o resultado pode ser o mesmo que numa outra cirurgia no abdômen ( ver abaixo "riscos de cicatrização em cirurgias"). Laceração natural, de 1º, 2º grau não há risco, cicatriza rápido e ao acabar a quarentena estará cicatrizada ( salvo raras exceções, por exemplo se a pessoa tiver diabetes ou problemas de cicatrização) . De 3º ou 4º grau é necessário aguardar a cicatrização completa. A cicatrização da laceração natural é sempre mais rápida, mas nos casos de lacerações mais graves é necessário o acompanhamento médico e liberação quando a cicatrização estiver completa.
Lacerações naturais raramente apresentam problemas futuros.
Lembre-se que o períneo ( que é cortado em caso de episiotomia) faz parte de um sistema de músculos que seguram os orgãos internos no lugar (orgãos). Usar o corset antes da cicatrização completa pode causar queda dos músculos do períneo, frouxidão perineal, má cicatrização, abertura de pontos, necrose, entre outros devido à pressão exercida pelo corset nesse sistema de músculos.
Cesariana: é uma cirurgia de médio à grande porte. O uso do corset é liberado após pelo menos 12 meses ( a cicatrização completa do tecido leva em média de 12 à 18 meses.) São 7 cortadas camadas de tecido, incluindo músculos e órgãos. São 75 pontos no mínimo.
Demais cirurgias: o mesmo que cesariana caso seja na região abdominal. A ver com seu médico caso seja em outra região, mas o mínimo de espera em cirurgias que não são na região abdominal ou costas é de 90 dias, sem complicações.
- Lipo e abdominoplastia: Mínimo de espera pode variar muito. Pelo menos 12 meses. Caso haja muito tecido esticado e costurado ( principalmente internamente) o tempo mínimo pode passar facilmente os 24 meses ou mais. Tenha em mente que nesse caso, fazer pressão antes do corpo se adaptar ao formato após abdominoplastia pode deformá-lo de uma maneira não bonita, além de correr o risco de abrir pontos internos.
Lembre-se que em toda cirurgia existem inúmeros riscos associados à cicatrização (não citamos aqui riscos associados à anestesia, negligência médica e infecção hospitalar). É comum pontos abrirem, inflamarem sem motivo aparente, ou cicatrizarem de forma errada. É comum queloides, e deficiências de cicatrização. Pode ocorrer necrose tanto já "programada" quanto sem motivo.
Não coloque a sua saúde em risco. Respeite o tempo de cicatrização do seu corpo. Não respeitá-lo pode levar à dores, deformidades no corpo, ruptura de pontos, inflamação ou infecção nos pontos que pode se espalhar para o restante do corpo, problemas na cicatrização, necrose do tecido e em último caso à morte.
Por que NÃO USAR a cinta abdominal pós-parto? ✨
Após o nascimento do bebê, o corpo da mulher leva um tempo para voltar ao lugar. Isso acontece porque o útero está voltando ao tamanho normal, os órgãos internos estão se reajustando e a musculatura do abdômen fica flácida por causa do estiramento muscular no final da gravidez.
Nessa hora muitas mulheres recorrem à cinta abdominal para “colocar” tudo no lugar… mas será que estamos fazendo algo funcional e positivo para o nosso corpo?
Durante muito tempo acreditava-se que o uso da cinta era fundamental para amenizar a dor (no caso de uma cesárea) e evitar a flacidez da barriga, modelando o corpo.
Porém, hoje em dia já se sabe que as cintas têm somente a função de dar mais segurança após uma cirurgia e conforto no pós operatório e na verdade, a cinta mais atrapalha do que ajuda porque:

👎Comprime a musculatura abdominal e impede que o corpo faça um trabalho fisiológico

👎Deixa os músculos do abdômen acomodados impossibilitando que eles se contraiam durante os movimentos do dia-a-dia como ficar de pé, sentar e levantar.

👎Sobrecarrega o assoalho pélvico!!! A pressão abdominal causada pela cinta faz com que o fundo da bexiga e outros órgãos desçam e sobrecarregue o assoalho pélvico (que estava sobrecarregado durante tooda gestação e agora tenta se recuperar). 

Para ajudar na recuperação da musculatura abdominal, podem ser realizados exercícios para fortalecer a musculatura interna do abdome e do assoalho pélvico, sempre orientados por um profissional especializado.
E para dar mais conforto no pós-parto a dica é: usar calcinhas de pós-parto com cintura alta, de preferência de algodão, que irá permitir que os músculos abdominais realizem a contração natural e não fiquem acomodados como no caso do uso da cinta, além de sustentar o assoalho pélvico ao invés de sobrecarregá-lo.

Qualquer dúvida estamos a disposição, 

Atenciosamente, 
Equipe U Fashon 




























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